domingo, 24 de janeiro de 2010

Malone na praia

Não tenho mais idéia de tempo. Os dias me parecem repetitivos. Acho que o conteúdo desse caderno será tão tedioso para um leitor que duvido muito que alguém o leia. Mas, tirando a praia o mato e a água que cerca esse lugar, que é meu pois não há viva alma para reivindicá-lo, o caderno e esse lápis são meu único divertimento. Posso gastar todo o meu tempo contando como vim parar aqui, como aprendi a pescar a buscar coisas na mata, da solidão, a iminência de loucura, como consegui um caderno e um lápis ou até mesmo quem sou eu. Mas isso seria uma história sem graça. A graça está na estória que vou contar, ou nas estórias. E no mundo de possibilidades que isso me abre. Começo com um garoto de dez, não, sete anos. Ele está em um colégio grande, religioso. É seu primeiro dia. É muito maior, esse lugar, que qualquer lugar em que ele já esteve. Ele não sabe para onde ir. Ele procura o número de sua turma. Há uma fila. Todos parecem já se conhecer, são bem maiores que ele. É sua turma. Eles já se conhecem, a maioria. Ele fica no canto. Não fala. Chato, muito, chato. O garoto agora mora na rua. Nunca estudou. Entra na igeja. Sete da manhã. Tem fome. Espera a hora te ter a hóstia na boca para ver se a fome passa. Não presta atenção no sermão. Olha para as pessoas. Observa como elas estão imóveis. Sente-se agitado. Quer correr. Cor. A ponta quebrou, tive que procura a faca. Chega de crianças problema. Uma história de amor. Um homem, vive uma vida de bares e mulheres fáceis, se apaixona por uma moça linda, algo os impede de estar juntos, eles se separam, ele sente a falta dela, ela sente a falta dele, eles não se comunicam, ou se comunicam por cartas, pouca coisa, descobrem que alguém mal intencionado é a causa de sua separação, a verdade surge, eles declaram amor eterno e incondicional e acaba a história. Ou não. Um homem, vive uma vida de bares e mulheres fáceis, se apaixona por uma moça linda, algo os impede de estar juntos, não por alguém mal intencionado, mas porque ele quis continuar a vida de bares e mulheres fáceis, eles se separam por uma semana, se tornam amantes e ela também começa a frequentar os bares, ela começa a beber mais, e numa crise de ciúmes, se humilha pedindo uma vida normal e feliz, ele decide viajar pelo mundo e nunca mais a vê, ela casa com o vilão e tem filhos uma casa e uma vida feliz. Me sinto um pouco melhor agora, menos só, acho. Acho que contunuarei escrevendo.

sábado, 23 de janeiro de 2010

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

domingo, 3 de janeiro de 2010